26 de junho de 2009

Cheiros, hormonas e açucar

Ontem o dia não foi muito bom, porque chovia, porque o café não ajudou a dor de cabeça a passar e porque as minhas hormonas estavam ao rubro, como quem diz, completamente descontroladas. O que implica que o meu olfacto se apure. Tudo cheira 50 vezes mais do que o normal. Qualquer cheiro fica pesado e leva-me a uma agonia constante. NÃO, NÃO estou grávida! Isto acontece-me ao longo dos anos. Para terem uma ideia, nem o meu próprio perfume aguento. Continuando.
Como o dia estava a ser difícil, nada melhor que entrar numa pastelaria e encher-me de doces. Açúcar para a menina. Sem qualquer sentimento de culpa, sem pensar nas consequências. Comer todos os bolos que me apetecesse, era o objectivo. Chego ao balcão da secção dos doces e escolho um empregado para sacrificar. Porque? Porque começo numa ponta da vitrine a perguntar o nome de todos os bolos e de que é que são feitos. Sim. Já que me vou empanturrar em açúcar, ao menos que haja algum critério de selecção. Começo. “Como se chama esse?” e “o que leva esse?” e “e esse?” “ e esse?” O moço chega a um ponto em que já não me consegue acompanhar e chama a responsável da pastelaria. Vem uma senhora super simpática com um chapéu de cozinheiro enfiado na cabeça e fica ela responsável de me responder sobre todos os bolos que estavam na vitrine. Então chegamos a uma secção de bolos com um aspecto um pouco duvidoso e ela esclarece que esses eram os bolos de Tentúgal. E eu, “Tentúgal?!” não se pareciam nada com os bolos de Tentúgal, acreditem. Mesmo ao lado estavam os bolos de Sta. Clara. Eu já me ria. Voltava a boa disposição. Aponto para os que estavam ao lado dos bolos de Sta. Clara e a senhora de chapéu engraçado e super simpática responde, “esses são os bolos de Coimbra.” “Coimbra?” respondo eu. “Eu sou de Coimbra! nasci e estudei em Coimbra e nunca vi nada parecido com esses bolos.” A senhora desatou a rir. Ria-mos as duas. Ela disse-me que eram os preferidos dela. Acabei por escolher um pastel de nata (não se pareciam aos nossos, mas como me garantiu que eram feitos de leite condensado, na altura pareceu-me uma bela opção. Paguei e sai da pastelaria com o bolo na mão. Ok. Vamos lá então à primeira dentada. Urrrrrrr... Nooooooossaaaaaaaa!! O pastel sabia-me a sabão.(mais uma vez as hormonas a funcionar) Puta que pariu. Eu que só queria açúcar. Agarrei no pastel e lixo com ele. Devia ter escolhido os de Coimbra, pensei.
Chegou a hora de jantar e como não tinha apetite (mais uma vez repito, que não, não estou grávida), optei por ir ao cinema. Fui ver (aqui traduziram para Minhas Adoráveis Ex-namoradas), versão original, The Ghosts of Girlfriends Past. Recomendo a muito boa gente, especialmente ao universo masculino.
O fim do filme é super previsível e lamechas, mas a historia acaba por ser interessante de tão comum que é. Eu já vi e levei o recado para casa.
Mais um café depois do cinema e finalmente a dor de cabeça passou. Dormi que nem um anjinho papudo!!

1 comentário:

Anónimo disse...

Esse teu narizinho é sensível aos cheiros antes de nasceres. Lembraste das vezes que me mandavas atravessar o Botânico só porque te cheirava a rosas, a terra molhada, a erva acabada de cortar? Lembras te das vezes que me fazias mudar de trajecto só porque do outro lado havia relva com cheiro a chuva? Das vezes que me pedias para voltar a cheirar o sabão azul do tanque da avó Rosa? De como bem te cheirava a bancada de fruta da mercearia a caminho da Ladeira do Seminário? Pois bebé...olha a infinidade de coisas que me dizias de dentro da minha barriginha! Só que naquele tempo só eu me lembrava das hormonas...as tuas dormiam lindamente. Agora essas malandrecas,lembram-se de acordar em força.